segunda-feira, 30 de julho de 2012

Assembléia Geral Ortodoxa Nacional 2012

O clero de nossa Igreja reuniu-se na última semana em Brasília para definir as diretrizes da evangelização no Brasil para os próximos anos. Além do clero dos diversos estados, nossa assembléia foi coroada com a presença de nossos três bispos: Sua eminência Mor Tito Paulo Hanna, núncio apostólico para o Brasil, sua eminência Mor Basílio Leolino Gomes, Metropolita de Brasília e sua graça Mor Efrém Faustino Filho, bispo de goiás. Para conferir as fotos do evento, basta clicar no link abaixo:

terça-feira, 24 de julho de 2012

Mar Gregório Bar’Ebroyo, a luz do oriente

Ele não é canonizado, portanto não é considerado um santo, mas sua obra o fez ser considerado um dos mais proeminentes doutores da Igreja Ortodoxa Siríaca, a ponto de ter o dia 30 de julho em honra a seu nome. 


Nascido em Melitene, em 1226, Bar’Ebroyo (Bar Hebraeus) ou Mar Gregório Bar’Ebroyo, sagrado bispo em 1246, é uma verdadeira celebridade intelectual de nossa Igreja. Sua obra estende-se aos mais diversos assuntos, como teologia, história, medicina, matemática, gramática, filosofia, direito, ética e monaquismo, todas em siríaco ou em árabe. 


Foi sagrado em 1266 Maphryono do Oriente, título que hoje corresponde ao de Cathólicos do Oriente, ou seja, o primaz da Igreja Ortodoxa Siríaca da índia. Viveu, enquanto Maphryono, no mosteiro de Mar Mattay, perto de Mosul, no Iraque. 

Fonte: Tarzi, J., Fr., Madhyono, vol. 1, no. 9-11.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Orações por São Gabriel

O mais antigo mosteiro em atividade do mundo, pertencente à Igreja Ortodoxa Siríaca, corre o risco de ser fechado. Há 700 anos, mesmo com o massacre de 40 monges e 400 cristãos, os mongóis não conseguiram derrubá-lo, porém agora, por conta do apelo do Superior Tribunal da Turquia, o Mosteiro de São Gabriel fundado em 397 d.C, poderá ser fechado por conta dos conflitos na região.


Atualmente, o mosteiro abriga apenas três monges, onze monjas e trinta e cinco crianças em formação (aprendendo aramaico e as tradições de nossa Igreja), além de ser a residência de sua eminência Mar Timóteo Samuel Aktash. Contudo, recebe por ano cerca de 20.000 peregrinos que vêm conhecer esse tesouro da Igreja Ortodoxa Siríaca e de toda cristandade.

Mar Tmóteo Aktash
  

Os conflitos entre os grupos separatistas e o exército turco, assim como as tribos mulçumanas do local, acabaram por resultar em graves calúnias contra a comunidade ortodoxa siríaca, que é acusada de ser uma intrusa naquela região e de ocupar terras que não lhes pertencem. Chegam ao ponto de dizerem que o mosteiro foi construído sobre uma mesquita, o que não faz sentido algum, já que Maomé só nasceu 170 anos após sua fundação.


O mosteiro de São Gabriel precisa agora recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para manter-se vivo, assim como fez o patriarca ecumênico de Constantinopla, para recuperar a posse do prédio do orfanato ortodoxo de Buyukada em Istambul.


Rezemos pela sobrevivência do Mosteiro de São Gabriel!

Sua Santidade passa por cirurgia

Durante o mês de junho, mais precisamente no dia 26/06, Sua Santidade Mar Ignatius Zakka I Iwas, patriarca de Antioquia e Todo Oriente, submeteu-se a uma cirurgia na cidade alemã de Hanover. Segundo os médicos, a cirurgia foi muito bem sucedida. 

Sua Santidade deixou o hospital no dia 18 de julho, após quase um mês de repouso, segundo informou seu secretário pessoal, Mar Matthias Falexinos. 

Várias autoridades civis e eclesiásticas fizeram questão de demonstrar seu carinho e desejo de melhoras ao nosso patriarca, como Sua Beatitude Ignatus IV Hazim, patriarca de Antioquia da Igreja Ortodoxa Grega (em comunhão com Constantinopla), assim como Mar Ignatius Joseph III Younan, patriarca da Igreja sirio-católica (em comunhão com Roma).

Nosso patriarca com Mar Ignatius IV Hazim
Patriarca de Antioquia para os grego-ortodoxos

Nosso patriarca com o Mar Ignatius Joseph III
patriarca da Igreja Sirio-Católica (em comunhão com Roma)

Rezemos sempre pela saúde de nosso santo patriarca, para que ele permaneça firme no exercício do ministério petrino na sé de Antioquia, sendo nosso pastor e modelo de ortodoxia.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Santo Inácio de Antioquia sobre o respeito aos bispos

Mar Efrém José Faustino Filho
“Atendei ao Bispo, para que Deus vos atenda. Ofereço minha vida para os que se submetem ao Bispo, aos presbíteros e aos diáconos. Possa eu, com eles, ter parte em Deus. Trabalhai uns com os outros e, unidos, combatei, lutai, sofrei, dormi, despertai, como administradores, assessores e servidores de Deus. Procurai agradar Àquele sob cujas ordens militares e do qual recebeis vosso soldo. Não se encontre entre vós nenhum desertor. Que o vosso Batismo seja como escudo, a fé como elmo, o amor como lança, a perseverança como armadura. Atendei ao Bispo, como Jesus Cristo segue o Pai, e aos presbíteros como aos apóstolos; respeitai os diáconos como à lei de Deus. Sem o Bispo ninguém faça nada do que diz respeito à Igreja. Onde aparece o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica. É bom reconhecer a Deus e ao Bispo. Quem respeita o Bispo é respeitado por Deus; quem faz algo às ocultas do Bispo, serve ao diabo.”

(Santo Inácio de Antioquia aos Esmirniotas p. 118 e a Policarpo p. 123 – Padres Apostólicos – Paulus – São Paulo – 2002)

sábado, 14 de julho de 2012

Foto do Dia

Mar Tito Paulo

São Jacob Baradaeus, metropolita de Edessa (port.: São Tiago de Edessa)

Autor: Prof. Pablo Neves
Especialista em História da Arte Sacra
Professor do Mosteiro de São Bento de São Luis

Famoso por sua piedade e devoção, Jacob Baradaeus (ou Jacob al-Baradai - Jacob = Tiago em português) atingiu o cume do ascetismo religioso e austero e foi um dos Padres mais importantes de toda história da Igreja Ortodoxa Siríaca, bem como para as outras igrejas chamadas de “pré-calcedonianas”. Em português, é mais conhecido por São Tiago de Edessa.

Ícone de São Jacó Baradaeus 











Durante o Concílio de Calcedônia em 451 d.C, os bispos das Igrejas Copta, Armênia e Siríaca rejeitaram as resoluções conciliares por entenderem que tratavam-se de desvios doutrinais, quando comparadas àquilo que receberam dos Apóstolos e dos Santos Padres, enquanto as igrejas latinas e gregas aceitaram o concílio, firmando assim, o primeiro cisma da Igreja. Assim, essas igrejas começaram a ser duramente perseguidas, tendo seus bispos assassinados ou exilados pelo Império Bizantino, a ponto de praticamente não existirem mais bispos na Igreja Ortodoxa Siríaca, o que ameaçava sua própria existência, haja visto que sem bispos não podem existir padres. 

Neste período de tantas turbulências, Deus enviou para Igreja um homem cheio de fé e coragem, o monge Jacob (Tiago) Baradaeus (Ya `QUB Burd` ono), que dedicou sua vida a defender a Santa Igreja daqueles que queriam sua extinção. Seu sobrenome “baradaeus” é uma referência às vestes que usava, feitas retalhos de sela remendados e velhos cobertores, que o ajudaram a viajar sem ser identificado e assassinado.

Filho de um sacerdote chamado Teófilo, nasceu no ano de 505 em Tal Mawzalt (atualmente na Turquia) e ainda jovem tornou-se monge no Mosteiro de Fsilta, numa localidade próxima a sua terra natal. Dominava a língua grega e o siríaco, além de ser um profundo estudioso dos livros religiosos e da ciência teológica. Tornou-se então um grande teólogo e pregador, realizando grandes milagres em Nome de Cristo e encorajando seus seguidores a permanecerem fiéis à ortodoxia, mesmo diante de tantas perseguições daquele tempo. Em 528 viajou para Constantinopla, sendo recebido com muita honra pela imperatriz Teodora, filha de um sacerdote sírio e esposa do imperador Justiniano, que dava proteção ao clero (sírio e copta) perseguido e martirizado daquele período.

Foi então ordenado bispo “universal”, com o título de metropolita de Edessa e com autoridade ecumênica, pelo então Patriarca de Alexandria Mar Teodósio, que estava exilado em Constantinopla, juntamente com outros três bispos que estavam presos. Assim, poderiam ordenar padres e bispos em todas as igrejas (coptas, armênias, sírias, etíopes etc) que rejeitaram o concílio, evitando assim o seu desaparecimento.

Mor Jacob Baradaeus, o “bispo universal”, partiu então em sua missão pela Síria, Egito, Armênia, Capadócia, Cilícia, Isauria, Panfília, Licaônia, Lycia, Frígia, Cana, Ásia Menor e pelas ilhas de Chipre, Rodes, Quios e Mitilene, assim como pela Mesopotâmia e Pérsia. Autorizado pelo patriarca, ele sagrou vinte e sete bispos e ordenou alguns milhares de diáconos e sacerdotes, mantendo-se firme em sua missão por trinta e cinco anos, incansavelmente “lutando o bom combate” pela Igreja, a qual apoiou até sua morte, em 30 de julho de 578. Assim, salvou as igrejas que rejeitaram o Concílio de Calcedônia do desaparecimento, que puderam então reestruturar suas hierarquias bem como suas comunidades.

São Tiago Baradaeus, metropolita de Edessa, é comemorado pela Igreja Ortodoxa Siríaca nos dias 29 de julho e 28 de novembro. Por seus feitos, frequentemente as demais igrejas (latina e grega) referem-se à Igreja Ortodoxa Siríaca como “igreja jacobita”, ou seja, a “igreja de Jacó”, numa alusão a São Jacob Baradaeus e sua missão, dando a entender que foi ele quem de alguma forma “criou” a igreja siríaca. Tal apelido é rejeitado pela Igreja Ortodoxa Siríaca, pois, mesmo reconhecendo os feitos deste grande santo, tem plena consciência doutrinal e histórica de que é ela a genuína Igreja de Antioquia, fundada por São Pedro Apóstolo, e que mesmo sendo perseguida, martirizada e difamada, permanecerá firme e fiel à missão dada por Cristo, de levar o Santo Evangelho à toda criatura, até sua volta triunfante.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Artistas de Deus

E ainda há quem questione a presença da arte na Tradição Ortodoxa Siríaca. As imagens abaixo falam por si:

Artista indiano pintando ícone de São Gregório de Parumala
São Gregório de Parumala
Rogai por nós


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Foto do Dia


“É um prodígio espantoso a dignidade do sacerdócio, é grande, imensa, infinita."
"[...]a dignidade sacerdotal sobreleva a tudo quanto se pode conceber."

Frases de santo Efrém, o sírio, sobre o respeito e a devida honra que deve ser dada ao sacerdote.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Mooroneetho: o báculo episcopal siríaco

por Pablo Neves - especialista em Arte Sacra


Insígnias são sinais, símbolos ou marcas que identificam um cargo, importância ou estado de uma pessoa. Os militares, por exemplo, usam diversas insígnias diferentes para indicares suas patentes, cursos realizados ou nobres feitos. Também os atletas, como reconhecimento de suas vitórias, recebem medalhas (insígnias) por suas conquistas. 

Com o desenvolvimento da simbologia cristã, as diversas tradições enriqueceram-se com diversos símbolos, cujo objetivo é tanto catequético, pois sempre ligará sua forma e uso às doutrinas expostas pelas sagradas escrituras ou pela tradição da Igreja, quanto de distinção hierárquica, ou seja, indicará e diferenciará cada membro da Igreja segundo sua ordem ou função específica.

Mooroneetho (báculo episcopal) de Mar Severios Malke Mourad
Das diversas insígnias características da Igreja Ortodoxa Siríaca, destacamos aqui o báculo episcopal (sir: Mooroneetho), uma insígnia exclusiva do episcopado, utilizado por todos os bispos, metropolitas e, obviamente, pelo patriarca. Simboliza a autoridade do bispo e sua missão de pastor, paralelamente a uma direta referencia às palavras de Cristo em João 3, 14-15: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.” 


Mar Severios Malke Mourad, vigário patriarcal na Terra Santa
É composto na parte superior por duas serpentes tendo ao centro uma cruz, semelhante ao modelo usado pelos bispos bizantinos, porém, sendo maior e mais robusto.



terça-feira, 3 de julho de 2012

São Pedro Apóstolo, primeiro patriarca de Antioquia

No último dia 29 de junho toda a cristandade, tanto no ocidente quanto no oriente, comemorou a festa dos santos apóstolos São Pedro e São Paulo. Assim, comemorou-se também o onomástico de nosso santo patriarca, o qual sucede São Pedro na cátedra de Antioquia. Abaixo transcrevemos um breve texto sobre a vida de São Pedro e de sua importância para o cristianismo. Parabéns à Sua Santidade Mar Ignatius Zakka I Iwas, nosso patriarca, bem como a toda Igreja Ortodoxa Siríaca, herdeira das chaves de São Pedro, o príncipe dos apóstolos.


O texto original encontra-se no site da Arquidiocese Ortodoxa Grega, do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, e foi acrescido de alguns comentários pertinentes à sucessão petrina em Antioquia, com destaque ao patriarcado da Igreja Ortodoxa Siríaca e sua legítima e ininterrupta sucessão apostólica.


***


O Apóstolo São Pedro era chamado, antes, Simão, o filho de Jonas, pescador de Betsaida na Galiléia, e irmão do Apóstolo Santo André, que foi quem o conduziu a Cristo. São Pedro era casado e tinha sua casa em Cafarnaúm. Chamado por nosso Salvador, Jesus Cristo, enquanto pescava no Lago de Genesaré (mar de Tiberíades), sempre demonstrou uma especial devoção e determinação, pelo que se fez digno de uma especial abordagem do Senhor, como o Apóstolo Tiago (Jacó) e São João, o Teólogo.


Ícone de São Pedro e São Paulo
Espiritualmente forte e fervoroso, ele ocupou, na verdade, um lugar influente entre os apóstolos de Cristo. Foi o primeiro que confessou com determinação ao Senhor Jesus como o Cristo (Messias), e por isso foi digno de ser chamado "Pedra" (Pedro). Sobre esta fé firme como pedra de Pedro o Senhor prometeu edificar a Sua Igreja, contra a qual não prevalecerão as portas do inferno.


O Apóstolo São Pedro lavou com lágrimas amargas de arrependimento a sua tríplice negação a seu Senhor, na véspera de Sua crucifixão. Conseqüentemente, logo após a sua Ressurreição, o Senhor novamente o reabilitou na dignidade de apóstolo, por três vezes, o número de suas negações, e lhe confiou o cuidado de seu rebanho de cordeiros e ovelhas. Segundo a tradição, o apóstolo São Pedro chorava amargamente sempre ao amanhecer, ao ouvir o canto dos galos, lembrando-se de suas covardes negações para com o Cristo.


O apóstolo Pedro foi o primeiro a contribuir para o fortalecimento e a divulgação da Igreja de Cristo após a descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes; ao pregar com determinação e firmeza diante de uma multidão de pessoas, promoveu a conversão de três mil almas para Cristo. Pouco depois curou a um paralítico de nascença; e na sua segunda pregação pública, levou a conversão e à fé em Cristo mais de cinco mil hebreus. A força espiritual que procedia do apóstolo Pedro era tão intensa, que "chegaram ao ponto de transportar doentes para as praças, em esteiras e camas, para que Pedro, ao passar, pelo menos a sua sombra cobrisse alguns deles, e todos eram curados". (At 5,15).
Brasão patriarcal com as chaves confiadas a São Pedro
utilizado pela Igreja Ortodoxa Siríaca em todo o mundo
O livro dos Atos dos Apóstolos, do primeiro ao décimo segundo capítulo, narra a sua atividade apostólica. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, após o ano 42 d. C., restabeleceu as perseguições contra os cristãos, assassinando o Apóstolo São Tiago (Jacó), filho de Zebedeu e aprisionando o Apóstolo São Pedro. Os cristãos, ao serem informados sobre a sua prisão, oraram fervorosamente pelo Apóstolo Pedro. Durante a noite, um milagre aconteceu: um Anjo do Senhor apareceu na cela de Pedro, e as algemas que o prendiam se partiram caindo ao chão, e ele pode assim deixar a sua cela sem ser notado. Após esta milagrosa libertação o livro dos Atos o recorda mais uma vez ao narrar o Concílio dos Apóstolos. Outros testemunhos sobre ele foram conservados ela tradição da Igreja. Sabe-se que ele difundia o Evangelho às margens do Mar Mediterrâneo, em Antioquia, onde consagrou o bispo Evódio.

Santo Evódio e Santo Inácio de Antioquia
Primeiros sucessores de São Pedro
na Igreja de Antioquia
Assim, São Pedro foi não só o fundador da Igreja de Antioquia, mas também seu primeiro patriarca. Assim, os patriarcas da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia são legítimos sucessores de São Pedro na sé de Antioquia, traçando uma sucessão apostólica ininterrupta até os nossos dias. A cátedra petrina de Antioquia é atualmente ocupada por Sua Santidade Ignatius Zakka I Iwas, 122° Patriarca de Antioquia e Todo Oriente e Supremo Chefe da Igreja Ortodoxa Siríaca.


O Apóstolo Pedro evangelizava na Ásia Menor aos judeus e prosélitos (pagãos convertidos ao judaísmo). Logo depois, no Egito, onde consagrou Marcos como o primeiro bispo da Igreja de Alexandria. Daí, seguiu para evangelizar a Grécia, Corinto, e depois Roma, Espanha, Cartagena e Bretanha. Segundo a tradição, o apóstolo Marcos escreveu seu Evangelho para os cristãos romanos baseado nas palavras do Apóstolo Pedro. Entre os livros do Novo Testamento existem duas Epístolas Católicas (universais) do Apóstolo Pedro. A primeira é dedicada aos estrangeiros da diáspora, no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bithynia, províncias da Ásia Menor. Esta carta tem a finalidade de fortalecer aos seus irmãos ante o surgimentos de conflitos internos nestas comunidades e perseguições por parte dos inimigos da Cruz de Cristo. Entre os cristãos surgiram também inimigos internos, os falsos mestres. Na ausência do Apóstolo Paulo começaram a perverter os seus ensinamentos sobre a liberdade cristã e a defender uma moral sem limites.


Sua Santidade o Patriarca, 122° Sucessor de São Pedro em Antioquia
A segunda Epístola Católica foi escrita para os cristãos da Ásia Menor. Nela o Apóstolo Pedro colocou ênfase especial em advertir aos fiéis sobre os falsos mestres libertinos. Estes falsos ensinamentos coincidem com aqueles que foram refutados pelo apóstolo Paulo em suas cartas a Timóteo e Tito, e também ao Apóstolo São Judas, em sua Epístola Católica. Os falsos ensinamentos dos hereges ameaçavam a moral e a fé cristãs. Naquela época, rapidamente se espalhou a heresia gnóstica que absorveu elementos do judaísmo, do cristianismo e de diversos ensinamentos pagãos. Esta Epístola foi escrita pouco antes do Apóstolo São Pedro ser martirizado: «Eu sei que em breve deverei deixar o meu templo (corpo), como nosso Senhor Jesus Cristo me revelou». No final de sua vida o apóstolo Pedro esteve novamente em Roma, onde foi martirizado no ano 67 d.C., sendo crucificado com a cabeça para baixo.




Texto original com adições em negrito do blog ortodoxia siríaca brasil
Tradução e publicação original no site www.ecclesia.com.br, com permissão de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André - Patriarcado Ecumênico de Constantinopla