quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CONFERÊNCIA DE 1965

Por afediácono Pablo 

Desde o Concílio de Calcedônia em 451 d.C, quando as Igrejas de Roma e Constantinopla entraram em cisma com as Igrejas de Alexandria e Antioquia, por conta das controvérsias cristológicas levantadas durante o referido concílio, formando assim dois grupos então intitulados de “Calcedonianos” e “Não-Calcedonianos”, muitas disputas, perseguições, injúrias e desentendimentos acompanharam a história da Igreja de Deus. 

Do lado das Igrejas de Alexandria (copta) e Antioquia (siríaca) permaneceram também a Igreja Armênia e a Igreja Etíope que, mesmo diante de todas as dificuldades, mantiveram-se em plena comunhão doutrinal e canônica, muitas vezes durante a história permutando entre si não só suas dificuldades, mas também o amparo que, como plenamente irmãs, cada uma devia e deve ter para com a outra. 

Contudo, mesmo com tal comunhão inabalável, as dificuldades políticas, geográficas e os tantos outros conflitos que sempre perseguiram a Igreja de Deus não permitiram que estas se reencontrassem oficialmente durante cerca de 1500 anos. Só em 1965, na cidade de Addis Ababa, capital da Etiópia, ocorreu o primeiro encontro entre as Igrejas Ortodoxas Orientais (pré-calcedonianas) desde o Concílio de Calcedônia.

Patriarcas reunidos durante a Conferência
A Conferência das Igrejas Ortodoxas Orientais de 1965 foi convocada pelo último imperador ortodoxo da Etiópia, Sua Majestade Haile Selassie I, que reuniu na ocasião as seguintes lideranças da Igreja: 

1 – Sua Santidade o Papa Kyrillos VI – Papa e Patriarca de Alexandria; 
2 - Sua Santidade Moran Mor Ignatious Yakub III – Patriarca de Antioquia e Todo Oriente; 
3 - Sua Santidade Vazgen I – Cathólicos dos Armênios; 
4 - Sua Santidade Khoren I – Cathólicos Armênio da Cilícia; 
5 – Sua Beatitude Moran Mor Baselious Augen I – Cathólicos da índia; 
6 – Sua Santidade Abuna Baselios – Patriarca da Etiópia. 

Coube ao Patriarca da Igreja Ortodoxa Siríaca o discurso de abertura da Conferência, onde o mesmo agradeceu calorosamente a iniciativa do imperador, chegando-o a lembrá-lo como o Imperador Constantino, que convocou o I Concílio de Nicéia em 325 d.C. Segundo Mor Ignatius Yakub III: 

“[...] somos lembrados do episódio no Concílio de Nicéia em 325, quando após a oração inaugural do Imperador Constantino, São Eustáquio de Antioquia fez um discurso elogiando o Imperador. Apesar de considerar-me indigno de tomar o lugar da alma que ilustro, como um sucessor seu na Santa Sé do Apóstolo Pedro, quão profundo é nosso privilégio de falar estas poucas palavras após sua Majestade. Ao convocar esta Conferência histórica, sua Majestade mostrou-se um digno sucessor dos imperadores fiéis à história cristã, que serviram a causa da Igreja em suas respectivas gerações. Ao agradecer a Vossa Majestade para a convocação desta conferência, podemos expressar nosso mais sincero agradecimento ao governo e ao povo da Etiópia, bem como para a Igreja Ortodoxa Etíope.”

Mor Ignatius Yakub III durante a Conferência em 1965
Durante todo o discurso, Mor Ignatius Yakub III exalta o patrimônio comum da fé ortodoxa mantido e compartilhado pelas Igrejas pré-calcedonianas durante os séculos, bem como a fidelidade doutrinal das Igrejas ali reunidas aos Santos Padres, aos Concílios Ecumênicos e, sobretudo, ao Anúncio da Boa Nova de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Cada liderança foi acompanhada por um numeroso grupo de clérigos, entre bispos, padres e demais religiosos, muitos entre eles bastante idosos, porém animados com tal encontro, que era um incomparável sinal de comunhão entre as Santas Igrejas de Deus, que mantiveram-se firmes em sua doutrina e unidade, mesmo diante de tantos tropeços que as acompanharam durante os séculos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Novo monge para Igreja no Brasil

Sua Santidade Mor Ignatius Zakka I Iwas, Patriarca de Antioquia e Todo Oriente, nos deu de presente um novo monge. O seminarista brasileiro Paulo Fernandes que estuda no Mosteiro de Santo Efrém em Damasco - Síria e que a pouco tempo foi ordenado afediácono (subdiácono), recebeu no último domingo sua tonsura monástica das mãos do próprio patriarca. Assim como outros padres e seminaristas que estão sendo formados na Síria para auxiliar nossa Igreja no Brasil, o agora Dayroyo Paulus é mais um monge que, após finalizar sua formação, poderá ser mais um grande instrumento de Deus para nossa Igreja no Brasil

Abaixo algumas fotos da cerimônia: