quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Phiro, chapéu clerical e o véu monástico usado pelos sacerdotes: Isso não vai contra o que Paulo disse?

por afediácono Pablo Neves
Professor, especialista em Arte Sacra

O apóstolo Paulo adverte em I Coríntios 11, 4 “Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor.” Daí surge um questionamento, pois os diáconos e sacerdotes da Igreja Ortodoxa Siríaca usam várias coberturas de cabeça, entre elas o Phiro (que assemelha-se a um solidéu latino ou quipá judeu), o Taphiphi, que é uma espécie de “chapéu clerical” e, no caso dos monges, usam o esquimó, que é o véu monástico. Isso não seria errado? Estaria a Santa Igreja de Antioquia indo contra algo que um de seus fundadores disse? 

Pra começar, é importante lembrar o óbvio: a cabeça humana não corresponde só à região do cabelo (que é o topo da cabeça e não ela em si). Nariz, queixo, olhos, testa, enfim, tudo que está acima do pescoço compõe a cabeça humana, portanto, de cara podemos concluir que os sacerdotes siríacos não cobrem a cabeça toda, mas somente a região do cabelo ou parte dela. 

Os judeus tinham a prática de cobrir toda a cabeça, incluindo o rosto, orelhas, olhos etc e é disso que o apóstolo Paulo fala e proíbe. As “coberturas de cabeça” usadas pelo clero são sinais de sua autoridade sacerdotal. Desde o antigo testamento encontramos sacerdotes usando tais “chapéus” como forma de dar glória a Deus. Quanto aos monges, o Esquimo (véu monástico) é um sinal de submissão à disciplina de sua comunidade monástico (mosteiro).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Divina Liturgia da Igreja Ortodoxa Siríaca em São Luis do Maranhão

A Comunidade Santo Efrém, em São Luis do Maranhão, é uma iniciativa de um grupo de fiéis que buscam viver a autêntica espiritualidade cristã, segundo a Tradição da Igreja Ortodoxa Siríaca. É uma comunidade pequena, simples, mas que busca viver profundamente as raízes da Ortodoxia Siríaca, em sua forma de crer, rezar e vivenciar a fé.

Ganhou em 2012 um diácono (afediácono) pela imposição das mãos de Sua Eminência Mor José Faustino, bispo ortodoxo siríaco de Goiás, para cuidar da formação catequética e conduzir os ofícios diários na capela da comunidade. É assistida espiritualmente pelo Cura episcopo Francisco do Vale, responsável pelo Santuário Theotokos no estado vizinho do Piauí.

Além dos ofícios semanais, celebram a Divina Liturgia (Santa Missa) mensalmente, por ocasião da visita de seu orientador espiritual. No próximo dia 19 de dezembro, às 19h, o Cura epíscopo Francisco do Vale celebrará juntamente com a comunidade, além de participar de uma confraternização natalina.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Antioquia de luto por Ignatius IV Hazim

Toda a Igreja de Antioquia está de luto, seja greco-ortodoxa, ortodoxa siríaca, católica, enfim, pois hoje faleceu o santo patriarca e amigo Ignatius IV Hazim, Patriarca greco-ortodoxo de Antioquia. Sua beatitude morreu aos aos 91 anos de idade, no hospital de sua comunidade em Beirute, no qual foi internado ontem após sofrer um derrame cerebral, informou a imprensa local.

O Patriarca Ignatius IV Hazim sempre manteve fortes laços ecumênicos com nossa Igreja Ortodoxa Siríaca, estando sempre presente em encontros fraternos com membros de nossa Igreja e com nosso Patriarca. Além disso, juntava sua voz à de nossa Igreja em questões sociais e políticas que tanto fizeram e ainda fazem sofrem a Igreja no oriente.

Segundo o site ECCLESIA: "Nascido em 1921 no povoado sírio de Mhardey, próximo a Hama, no seio de uma família greco-ortodoxa árabe, depois de ajudar por algum tempo o pároco de sua cidade, foi para o seminário, tornando-se diácono em 1945. Após estudar em Hama, se transferiu para Beirute, onde estudou Literatura, antes de se incorporar à Igreja greco-ortodoxa do Líbano. Ignacio IV foi um dos fundadores da Organização da Juventude Ortodoxa e se transformou em um membro do Santo Sínodo dos patriarcas greco-ortodoxos em 1961. Dez anos mais tarde, Ignacio IV foi nomeado bispo metropolitano da cidade síria de Latakia e, em 1979, se tornou Patriarca de Antioquia sob o nome de Ignacio IV."

Abaixo algumas fotos de encontros do Patriarca greco-ortodoxo Ignatius IV Hazim com
nosso Patriarca Ignatius Zakka I Iwas - Clique nas fotos para ampliar



Abaixo, foto do corpo do patriarca durante o velório, que será sepultado em Damasco.



Que a memória de Sua Beatitude Ignatius IV Hazim
seja eterna!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mor Miguel, O Grande


Uma vida de justiça e santidade. Assim foram os 73 anos vividos por Mor Miguel, o Grande, que reinou como patriarca sobre a cátedra de Antioquia durante 33 anos e morreu em 1199.

Foi um estudioso e renomado historiador de nossa Igreja, a ponto de ser definido pelo patriarca Efrém Barsoum como "um dos maiores pontífices da Igreja de Deus, o melhor dos Patriarcas de Antioquia, um estudioso, e um cronista famoso, de nome eterno, de perseguição graciosa, e de qualidades incomuns, de amplamente conhecidas virtudes e de boas obras ".

Nasceu em 1126 em Melitine (Turquia) num lar cristão siríaco, onde recebeu sua educação religiosa inicial com seu pai, que era sacerdote da Igreja. Aliás, o pai de Mor Miguel decendia da família Qandasi, da qual muitos frutos para Igreja Siríaca nasceram, como patriarcas, santos, Maphryonos etc.

Tornou-se monge no mosteiro de Mor Barsawmo, tornando-se posteriormente sacerdote e abade. Após a morte do patriarca Atanásio VIII, os então 18 metropolitas do santo sínodo elegeram por unanimidade Mor Miguel como Patriarca de Antioquia. Foi consagrado patriarca em 1166 no mosteiro de Mor Barsawmo.

Durante sua vida como patriarca, Mor Miguel sagrou 54 bispos e um Maphryono (Catholicos do Oriente), deixou vários e famosos livros, além de ter compilado e transcrito pessoalmente todos os hinos de Santo Efrém e de São Tiago de Sarug.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

TAWADROS II - O novo Papa de Alexandria e Patriarca da Predicação de São Marcos e de toda a África

Pela Graça e Misericórdia de Deus, a Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria foi abençoada com a eleição do 118° sucessor do apóstolo São Marcos, Sua Santidade o Papa de Alexandria e Patriarca da Predicação de São Marcos e de toda a África, Tawadros II.

Papa Tawadros II - antiga foto em sua
sagração episcopal
 A eleição se deu no último domingo, dia 04 de novembro (coincidentemente seu aniversário), em meio a um período de grande martírio de cristãos coptas, que estão sendo perseguidos e massacrados diariamente no Egito. O novo Papa e Patriarca, que sucede a Shenouda III (falecido em março deste ano), vem com a missão de consolar e liderar nossos irmãos no Egito, sendo um verdadeiro sinal de Deus e de Seu Santo Espírito na humanidade.


A imprensa Egípcia destacou sua capacidade teológica e seu carisma no trabalho pastoral com os jovens. O papa e patriarca Tawadros II é o primeiro patriarca na era "pós Mubarak", na qual o governo egípcio é comandado pela Irmandade Muçulmana, que hoje já felicitou o novo Patriarca.


Segundo o bispo da diocese copta-ortodoxa de Roma, Mar Barnada El Soryany, "Nos foi dado um presente, é um grande presente para todos! Esperamos que ele siga o mesmo caminho trilhado pelo Patriarca Shenouda III, do qual recebeu os ensinamentos e do qual é filho espiritual. E, por isso, acredito que seguirá. Estamos muito emocionados por esta escolha de Deus”.

A Divina Liturgia, onde ocorreu a eleição, contou com a participação de todo santo sínodo e centenas de fiéis. O rito de escolha se deu de forma tradicional, onde uma criança de olhos vendados retira um dos três nomes dos candidatos., revelando assim, segundo a tradição copta, a verdadeira vontade de Deus. Durante meses os copta-ortodoxos passaram por várias fazes de votação na escolha de seu patriarca, chegando finalmente a três candidatos, dos quais, pela Graça Divina, Sua Santidade Tawadros II foi eleito.

Divina Liturgia na qual foi eleito o novo papa de Alexandria


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BIOGRAFIA
Segundo Wikipédia

TAWADROS II DE ALEXANDRIA
Papa de Alexandria e Patriarca da Predicação de São Marcos e de toda a África.

Licenciado em Farmácia, se graduou na faculdade de Farmácia de Alexandria em 1975, e convalidou seu título no Reino Unido em 1985. Antes de tornar-se clérigo, foi diretor de uma fábrica de medicamentos em Damanhur, no norte do Egito. Em 1983, ingressou num seminário, sendo ordenado sacerdote em 23 de dezembro de 1989. Posteriormente, ingressou no mosteiro de São Bishoy, em Wadi Natrun, ao norte de Cairo. Desde 1997, Tawadros era bispo metropolitano de Behera, no delta do Nilo

O novo papa copta foi eleito em 4 de novembro de 2012 (curiosamente, data do seu aniversário) na catedral cairota de São Marcos, após um garoto de olhos vendados extrair de uma urna uma papeleta com seu nome, onde estava junto a outros dois, o bispo Rafael e o monje Rafael Ava Mina. Sucede na sé copta alexandrina a Shenouda III, falecido em 17 de março de 2012. É o segundo papa copta a ter o nome Tawadros (Teodoro, «presente de Deus»), após Tawadros I (também conhecido como Teodósio II), 45º papa (730-742).

Tawadros II é um defensor do ensino religioso e da formação dos clérigos como melhor «medicamento» para a Igreja copta. O novo papa se comprometeu a trazer a paz aos egípcios, num país de maioria islâmica onde há violência contra a minoria cristã. No dia 18 de novembro, Tawadros II deverá assumir oficialmente o cargo, substituindo Shenouda III.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Casamento sirian ortodoxo

Tanto se falou essa semana em "casamento ortodoxo", por conta de uma cena gravada na Catedral Grego-ortodoxa de São Paulo para a novela Salve Jorge da rede Globo, que resolvemos postar aqui algumas fotos de um casamento sirian ortodoxo, realizado aqui no Brasil, na cidade de Belo Horizonte, cujo celebrante foi o abuna Manoel.


Clique nas imagens para ampliar:



O crédito das fotos são do fotógrafo Eduardo Bedran, disponível na íntegra no link abaixo:

https://eduardobedran.wordpress.com/tag/casamento-ortodoxo/

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Comunidade Santo Efrém celebra 1ª Divina Liturgia em São Luis - MA

No último dia 13/10 celebrou-se pela primeira vez a Santa e Divina Liturgia na Comunidade Santo Efrém, na cidade de São Luis, capital do estado do Maranhão. A liturgia foi celebrada pelo reverendo abuna Francisco Vale, auxiliado pelo subdiácono Pablo, coordenador da comunidade em São Luis. Além dos membros da comunidade, também fizeram-se presentes familiares e amigos, além dos monges do Mosteiro de São Bento de São Luis, acompanhados de seu prior Dom Leão, OSB.

Corepíscopo Vale em oração na Capela da Comunidade em São Luis
Segundo o corepíscopo Vale: "esta é só a primeira das várias Divinas Liturgias que viremos celebrar aqui, até que São Luis possa ter sua primeira Igreja Ortodoxa Siríaca e seu próprio padre, sob as proteções de Santo Efrém", afirmou o corepíscopo que é pároco do Santuário Theotókos - Mãe de Deus - em Teresina, no Piauí, e que assiste espiritualmente a comunidade. A comunidade já celebra semanalmente os Ofícios Divinos presididos pelo subdiácono Pablo, faz encontros dominicais de formação e catequese e, a partir de outubro, terá regularmente a celebração da Divina Liturgia (Santa Missa) pelo menos uma vez por mês.

Clique nas imagens abaixo para ampliar:



Segundo o diácono Pablo, o objetivo da comunidade em São Luis é, sobretudo, "conhecer a fundo a tradição e a espiritualidade da Igreja Ortodoxa Siríaca e rezar segundo a sua tradição, sem brechas para máculas exteriores", de modo a formar uma comunidade com um estreito relacionamento com a Igreja, conscientes de sua fé e de sua real espiritualidade. A comunidade já recebeu algumas doações para aquisição de um terreno para futura construção da primeira Igreja Ortodoxa Siríaca de São Luis, além de contatos com a colonia sirio-libanesa local e de convites ecumênicos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"CRISTÃOS DE DAMASCO E DA SÍRIA PRECISAM DE AMIZADE E DAS ORAÇÕES DE TODOS"

Arcebispo maronita de Damasco fala sobre as primeiras reações após explosão de carro-bomba

Dom Samir Nassar
ROMA, terça-feira, 23 de outubro de 2012(ZENIT.org) - O ataque perpetrado no domingo, 21 de outubro, no bairro Bab Touma na véspera da missão de paz que levará à Síria cardeais e bispos delegados do Sínodo dos Bispos, renova para os cristãos sírios ansiedades e perguntas que apenas "nos próximos dias poderão ter uma resposta". Mas enquanto isso, "muitos tomaram o caminho do êxodo. Outros se preparam para a possibilidade de uma partida apressada". E uma igreja sem fiéis é destinada a se tornar como uma "testemunha muda".

Assim, numa nota enviada à Agência Fides, o arcebispo maronita de Damasco, Samir Nassar, fala sobre as primeiras reações verificadas entre os cristãos da capital síria após um carro-bomba ter explodido na área cristã da Cidade Velha causando 13 vítimas e dezenas de feridos.

O Arcebispo Nassar descreve as cenas de pânico que ele testemunhou, com os pais correndo aflitos "a procurar seus filhos nas escolas do bairro", enquanto as sirenes de ambulâncias acentuam a sensação insuportável de viver num época apocalíptica. "Alguns fiéis - ressalta - se ajoelharam para rezar o rosário, implorando Nossa Senhora da Paz, antes da missa, que começou com 20 minutos de atraso... Eu celebrei a missa de domingo às 18h, para 23 pessoas apenas, rezando pelas vítimas da manhã e pelos muçulmanos que na Síria estão se preparando para celebrar a festividade de Eid al Adha, em 26 de outubro, na tristeza e no silêncio".

Atentado terrorista em bairro cristão de Damasco
O bairro de Bab-Touma é um lugar simbólico para os mártires do cristianismo na Síria. Aqui - lembra o Arcebispo Nassar - nas mesmas ruas que São Paulo percorreu no tempo de sua conversão e batismo recebido por Ananias, "11 mil mártires em 1860 avermelharam com o sangue cada centímetro quadrado". Até agora Bab-Touma tinha sido poupada da violência que perturba a Síria desde 15 de março de 2011. Agora - se pergunta Nassar - que mensagem quiseram dar com um massacre planejado de domingo, bem na parte da Cidade Velha , onde estão concentradas as igrejas cristãs? "É uma violência gratuita que bate na porta para aterrorizar os últimos cristãos já sofridos?" Antes do terror e da violência - conclui o Arcebispo maronita - o anúncio cristão se manifestava como o da "Cruz redentora, do amor e do perdão". E os cristãos de Damasco e da Síria precisam de amizade e das orações de todos para enfrentar a condição marcada por uma "solidão caótica e amarga". 

(Agência Fides)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

EU PERMANEÇO EM ALEPPO!

Apelo dramático do bispo ortodoxo na cidade síria

Por José Antonio Varela Vidal

ROMA, sexta-feira 17 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Grato por todas as mensagens de conforto e solidariedade recebidas, o metropolita ortodoxo de Aleppo na Síria, Mar Gregorios Yohanna Abraham, ratificou sua vontade de permanecer ao lado da população, atualmente bombardeada por ambas as frentes, pois "esse é um dos deveres de um pastor", declara.


Mor Gregorios Abraham

Através de uma recente declaração, o bispo narra os horrores do conflito interno no país árabe, que até hoje atinge a cifra dolorosa de 30.000 mortes e cerca de 200.000 feridos, em mais de 15 meses de ataques e contra ofensivas. Assim, a falta de vontade de ambas as partes em deter as ações desanimou nestas últimas horas as organizações internacionais em seus esforços pela paz.

Nisto é preciso acrescentar o número de desabrigados internos, que segundo a ONU seria de aproximadamente 2,5 milhões, alguns dos quais já entrados em países vizinhos como o Líbano, não menos de 40.000 pessoas. Destes, muitos são cristãos que se abrigam diante de uma prevista guerra religiosa, onde seriam apenas vítimas do ódio para com sua fé.

Panorama devastador

Em sua comunicação, Mar Gregorios explica o momento que cabe viver em uma cidade dividida entre aqueles que apóiam as operações militares do governo, e os que se identificam com as ações do grupo de rebeldes autodenominado "Exército Livre da Síria".

O prelado questiona se "a falta de combustível, eletricidade, água, pão e transporte, além da paralisia dos mercados e o desemprego, eram os privilégios e os produtos da primavera árabe na Síria". E também lamenta a insegurança e o caos, que, juntamente com a intrusão na vida e na propriedade privada tornaram-se "a ordem do dia", segundo sua dramática narrativa.


Adverte também que aumenta um fenômeno sem precedentes na Síria, o sequestro em plena luz do dia, cujo destino depende do que for negociado com os sequestradores e seus resgates, vivos ou mortos.

Acreditar contra toda a esperança

"Já não podemos desfrutar de nossa coexistência pacífica, que podíamos nos orgulhar", é a opinião do bispo, que é grato pela proximidade e conforto recebido de todo o mundo. São evidentes a tristeza e o temor em suas palavras, mesmo mantendo um grau de otimismo baseado na esperança de que a paz é um dom, fruto do diálogo e da justiça.

Portanto, como líder da Igreja Ortodoxa local, pede orações por uma solução pacífica da crise que possa trazer segurança e estabilidade ao país, para que a Síria seja "um lugar para todos os sírios, independentemente de sua formação religiosa, cultural, linguística ou étnica”, afirmou.

(Trad.:MEM)

Fonte

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Morre o patriarca da Igreja Armênia Ortodoxa de Jerusalém

O Catholicos de Todos os Armênios Karekin II informou hoje, sexta-feira, que o Arcebispo Torkom Manoogian, o patriarca armênio de Jerusalém, faleceu com 93 após lutar por muito tempo contra uma doença, segundo informa o sistema de informação da Santa Sé de Etchmiadzin.



O Arcebispo Manoogian nasceu em 1919 em um campo de refugiado perto do deserto de Baquba, norte de Bagdá, Iraque.

Sua Beatitude desempenhou um papel vital na promoção das relações ecumênicas internacionais. Ele serviu na diretoria do Conselho Nacional das Igrejas de Cristo nos EUA, também foi diretor da “Religião na Vida Americana”, bem como membro da diretoria da Fundação “Appeal of Conscience”.

Arcebispo Torkom Manoogian publicou cerca de 20 livros e monografias e era considerado o principal especialista sobre o compositor armênio Komitas.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cristãos que falam a língua de Jesus e vivem na Turquia enfrentam o risco de extinção

Fonte: Revista ÉPOCA
Site: http://epoca.globo.com/edic/19981228/mundo2.htm

O povo arameu e o aramaico, a língua que era falada por Jesus e os apóstolos, estão ameaçados de extinção. Os arameus são descendentes de tribos nômades da Antiguidade que povoaram a Mesopotâmia. O aramaico, idioma próximo do hebraico, foi predominante na região alguns séculos antes e depois de Cristo. Há livros do Velho Testamento redigidos em aramaico. O que hoje ameaça os arameus é o meio hostil onde vivem, uma terra árida e quente na fronteira da Turquia com a Síria e o Iraque. Ali eles são pouco mais de 2 mil, um povo cristão que tenta preservar sua cultura e língua imerso num mundo essencialmente islâmico. Já a diáspora aramaica, por força da necessidade que têm os imigrantes de se adaptar ao país que os acolheu, perde progressivamente seus laços com o passado. O número de arameus e seus descendentes espalhados pelo mundo é desconhecido (só na Alemanha, são 45 mil).

Mosteiro de Mor Gabriel, símbolo da resistência do povo arameu
Atualmente, o perigo mais direto para a sobrevivência dos arameus é o conflito entre a guerrilha curda e o Exército turco. Os curdos, minoria com ambições nacionais, vivem mais ou menos na mesma área em que estão os arameus. Pego no fogo cruzado, esse povo é vítima tanto dos guerrilheiros quanto dos soldados turcos. A região, na fronteira já mencionada, é chamada pelos diáconos e monges aramaicos locais, seguidores da Igreja Ortodoxa síria, de Tur Abdin. Significa "monte dos servos de Deus". Lá não se lê a Bíblia sem medo. A qualquer momento podem aparecer agentes do serviço secreto turco, que confiscam os livros sagrados. Diversas vezes os monges de Mor Gabriel, principal mosteiro de Tur Abdin, erguido há 1.600 anos, tiveram de enterrar os manuscritos antigos, escritos na língua de Jesus, para evitar pilhagens. 

Mor Timotheus Aktas
As mensagens de paz dos textos bíblicos não têm eco numa região onde a guerra é a única mensagem. Que o diga o arcebispo de Tur Abdin, Timotheus Samuel Aktas, um homem de barba branca e olhos tristes que tem denunciado, em vão, o isolamento e as perseguições que ameaçam seu povo. Para Aktas, os arameus não sobreviverão sem ajuda externa. "Somos seus pais, os primeiros cristãos, nos ajudem", pediu recentemente o bispo em entrevista à revista alemã Focus. "Não temos nenhum político para nos apoiar." 

A palavra "sobrevivente" descreve de modo preciso a História dos arameus. A araméia Marika Keco, de 90 anos, ainda se lembra do massacre de 1915, o grande trauma de seu povo neste século. Ela e outros anciãos de Tur Abdin ainda contam os horrores que presenciaram ou que lhes foram narrados por seus parentes: arameus enterrados vivos ou decapitados e mulheres grávidas evisceradas. Durante a Primeira Guerra, informam historiadores ocidentais, os turcos e os curdos, à época ainda unidos, massacraram pelo menos 10 mil arameus e 100 mil armênios. Os turcos prometeram entregar aos curdos nômades as terras dos arameus. Bastava que fizessem uma faxina étnica. Até hoje a Turquia e os curdos negam o massacre. 

Como milhares de arameus, Marika Keco buscou refúgio, nos tempos sangrentos de 1915, em Ayinvert, aldeia situada em território turco, mas com forte presença curda. Há outra aldeia, chamada Midin, 25 quilômetros a sudeste, onde 250 arameus lutam desesperadamente para preservar costumes e tradições. É o padre, por exemplo, quem administra a Justiça. O castigo para roubo ou infidelidade é o jejum ou doações a famílias mais pobres. Os pais arranjam os casamentos dos filhos, que devem ser virgens. 

Há um lago perto da aldeia, e tropas turcas aquarteladas numa de suas margens. Os militares não incomodam os camponeses, mas nunca mexeram uma palha para esclarecer alguns crimes que têm assustado os arameus. A história que todos repetem é a de Ladho Barinc, de 30 anos. Em 1994, quando ia visitar sua mulher, internada num hospital de Midyat, uma das maiores cidades da região, foi seqüestrado por desconhecidos e mantido em cativeiro durante seis meses. Seus captores o acorrentaram e surraram diversas vezes. Exigiam que se convertesse ao islamismo e só o libertaram mediante pagamento de resgate de US$ 5 mil. Solto, Barinc decidiu servir a Deus e a seu povo e hoje ensina arameu às crianças de Midin. 

Os líderes arameus locais também tentam combater a emigração. Mas é difícil. No mosteiro de Mor Gabriel, a meio caminho entre Ayinvert e Midin, só há dois monges para ajudar o bispo Timotheus Aktas. Um está velho e doente, e o outro, jovem e inexperiente, não pode se encarregar de tarefas importantes. Já as 14 monjas ficaram. Elas cozinham e cuidam da limpeza do mosteiro, além de acompanhar os 28 alunos que vivem como internos. São rapazes de aldeias araméias que dificilmente seriam aceitos nas escolas turcas da região.

Interior do Mosteiro de Mor Gabriel
A primeira onda emigratória, neste século, ocorreu a partir de 1915 - eram arameus apavorados com o massacre. Mais recentemente, nos anos 60 e início dos 70, os arameus voltaram a buscar a Europa atrás dos empregos então oferecidos a imigrantes. No início, estranharam os costumes ocidentais, mas aos poucos se integraram, dedicando-se sobretudo ao comércio. Não é, contudo, uma integração total. Os pais insistem em ensinar aos filhos as tradições e a língua. Todos se orgulham do passado, mas as novas gerações quase não entendem mais o significado dos hinos cantados em festas ou cerimônias religiosas. 

Muitos arameus na Europa ainda sonham com a paisagem e as imagens de Tur Abdin, que guardam na memória, mas fingem não perceber como é frágil a situação daqueles que ficaram - justamente os responsáveis pela manutenção da identidade aramaica. 

Schlomo, a saudação comum entre os arameus, significa paz, mas isso eles ainda não encontraram.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Oração da Hora Nona - Ofício Divino no Patriarcado

Abaixo um vídeo produzido pelo site Melthodhaye registrando na íntegra a Oração da Hora Nona, um dos ofícios presentes na Livro de Orações Comuns da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. O vídeo foi feito na Igreja de São Pedro e São Paulo, no mosteiro de Santo Efrém, em Damasco.


As comunidades no Brasil que rezam periodicamente o Shimo (Livro de Orações Comuns) podem agora ter  uma certa noção de como é de fato a espiritualidade da Igreja durante tais ofícios.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Foto do Dia


Santo Sínodo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia reunido no Líbano.
Destaque ao nosso núncio apostólico Mor Tito Paulo Hanna.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Santo Inácio de Antioquia aos Esmirnenses


"Compreenda-o quem for capaz de o compreender. Ninguém se ufane de sua posição, pois o essencial é a fé e o amor, e nada se lhes prefira. Considerai bem como se opõem ao pensamento de Deus os que se prendem a doutrinas heterodoxas a respeito da graça de Jesus Cristo, vinda a nós. Não lhes importa o dever de caridade, nem fazem caso da viúva e do órfão, nem do oprimido, nem do prisioneiro ou do liberto, nem do que padece fome ou sede. Abstêm-se eles da Eucaristia e da oração, por­que não reconhecem que a Eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, carne que padeceu por nos­sos pecados e que o Pai, em Sua bondade, ressuscitou. Os que recusam o dom de Deus, morrem disputando".

"Sigam todos ao bispo, como Jesus Cristo ao Pai; sigam ao presbitério como aos apóstolos. Acatem os diáconos, como à lei de Deus. Ninguém faça sem o bispo coisa alguma que diga respeito à Igreja. Por legítima seja tida tão-somente a Eucaristia, feita sob a presidência do bispo ou por delegado seu. Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja católica. Sem o bispo, não é permitido nem batizar nem celebrar o ágape. Tudo, porém, o que ele aprovar será também agradável a Deus, para que tudo quanto se fizer seja seguro e legítimo."

(Trechos da carta de santo Inácio de Antioquia, terceiro patriarca de Antioquia, aos Esmirnenses, parágrafo 6, 7 e 8, cerca de 80-110 d.C.)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ao diácono Caio

Serviste ao Senhor com o teu melhor, mesmo diante de toda tribulação deste mundo. Um mundo que não te compreendeu e incomodou-se com teu amor a Deus e à Igreja. Agora os santos e os anjos te recebem como a um amigo que por muito tempo esperaram, para que possas junto a eles interceder a Deus por nós, que por ti, seremos sempre gratos.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Comunidade ortodoxa siríaca em São Luis - MA

Com aprovação conjunta de sua eminência Mor Leolino Gomes, arcebispo de Brasília, de sua eminência Mor Tito Paulo Hanna, núncio apostólico para o Brasil e de sua graça Mor José Faustino, deu-se o primeiro passo oficial na criação da primeira comunidade da Igreja Sirian Ortodoxa em São Luis, capital do estado do Maranhão.


O anúncio foi feito pelo próprio Mor José Faustino, durante a XVIII Assembléia Ortodoxa Nacional, que ocorreu em Brasília durante o mês de julho e que reuniu o clero de todo país. No Maranhão, desde 2002, já existe uma pequena comunidade no município da Raposa, a 30 km de São Luis e, desde 2011, uma outra comunidade no município de Tutóia, no interior do estado. A proposta de criar uma missão dentro do município de São Luis partiu de um pequeno grupo de fiéis que há quase quatro anos reúnem-se para estudar e rezar, buscando viver o Evangelho de Cristo segundo a doutrina e a espiritualidade oriental da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, uma das mais antigas Igrejas de toda cristandade, fundada pelos apóstolos com comprovação bíblica. Segundo a coordenação da comunidade "nós ficamos felizes com a atitude de nossos bispos, que nos acolheram e reconheceram a sinceridade de nosso pedido". O objetivo da comunidade, que recebeu o nome de "Comunidade Santo Efrém", é de ser uma semente que possa germinar e, no futuro, abrigar a primeira Igreja Sirian Ortodoxa de São Luis.

Bispos siro ortodoxos do Brasil durante assembléia em Brasília
O projeto da comunidade visa ainda, mesmo que a longo prazo, resgatar a religiosidade dos descentes de sirio-libaneses no Maranhão, pois como afirma a coordenação "São Luis possui hoje um grande número de descendentes de sirio-libaneses que sequer têm noção da fé vivida por seus antepassados quando ainda viviam no oriente". Diferentemente de outros estados que receberam um grande número de imigrantes vindos da Síria e do Líbano, por exemplo, o Maranhão não manteve de forma marcante os aspectos culturais e religiosos dos imigrantes, tendo conservado muito pouco de sua identidade e, ainda assim, de forma muito particular. Estados como São Paulo possuem comunidades organizadas, com paróquias da Igreja Ortodoxa muito bem frequentadas tanto por descendentes de imigrantes como por brasileiros de outras origens, mas que também identificaram-se com a fé ortodoxa e sua espiritualidade profunda.

Capela ortodoxa siríaca em São Luis - MA

A orientação espiritual da comunidade em São Luis ficou a cargo do reverendo monsenhor Francisco do Vale, pároco do Santuário Mãe de Deus, na cidade de Teresina, no Piauí. Segundo a coordenação, além das atividades que já aconteciam, como as celebrações dos ofícios divinos durante a semana e os encontros de formação catequética, a comunidade passará a contar periodicamente com a visita de seu orientador espiritual, que além de dar início à formação do futuro clero local, celebrará a Divina Liturgia (Santa Missa) segundo o rito da Igreja Sirian Ortodoxa para os fiéis da comunidade, bem como para aqueles que desejarem conhecer mais de perto a espiritualidade oriental.

Para saber mais, acesse o blog da comunidade: www.comunidadesantoefrem.blogspot.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Falece Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope

Morreu na manhã de hoje, aos 76 anos, após alguns dias internado em um hospital, Sua Santidade Abune Paulos, Patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope.


Abune Paulos viveu durante vários anos em exílio nos Estados Unidos, pois só pode voltar ao país após a queda do regime de Derg, a junta militar que comendou a Etiópia entre 1974 e 1991. Foi então eleito patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope, uma Igreja filha da Igreja Ortodoxa Copta, em plena comunhão com as demais Igrejas Orientais pré-calcedonianas, como a Igreja Sirian Ortodoxa e a Igreja Apostólica Armênia. Estima-se que na Etiópia existam hoje pelo menos 40 milhões de cristãos ortodoxos.

Segundo Gebre-Silasie "Sua morte é uma grande perda não só para os etíopes, mas também para os cristãos de todo o mundo", afirmando ainda que "Abune Paulos contribuiu muito com a cooperação entre religiões na Etiópia e no mundo". Abune Paulos era também um dos presidentes do Conselho Mundial de Igrejas, a maior organização ecumênica do mundo.

Com o cardeal Kurt Koch, presidente da Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos
da Igreja Católica Romana e os demais representantes das Igrejas Ortodoxas Orientais
Em encontro com Shenouda III, patriarca da Igreja Ortodoxa Copta
e Aram I, Cathólicos da Igreja Apostólica Armênia

Em 2008, Sua Santidade Abune Paulos visitou a sede do patriarcado da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, o Mosteiro de Santo Efrém, o sírio, em Damasco. A visita muito alegrou nosso santo patriarca, Sua Santidade Mor Ignatius Zakka I Iwas, que considerou a visita do patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope como um grande sinal de comunhão de nossas Igrejas.

Encontro com nosso patriarca em Damasco

Abune Paulos, que o Senhor da vida o guarde e lhe conceda o devido lugar dedicado aos fiéis servos de Deus.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mar, Mor ou Dom?

Essa é uma questão comum dentro de nossa Igreja, ou seja, qual o pronome de tratamento ideal a ser usado quando nos dirigimos a um bispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. Primeiramente, que fique claro: os três pronomes possuem o mesmo significado. A diferença ocorre, na verdade, no idioma de origem do qual a palavra é retirada. 

Enquanto o pronome “Dom” é derivado do latim, que significa “senhor”, o pronome “Mor” deriva do siríaco, tendo o mesmo significado em português. Mas e o “Mar”? O pronome de tratamento “Mor” e “Mar” são correspondentes também, sendo que “Mar” é uma variação na língua árabe, o que acaba por mudar sua pronúncia. 

E qual seria o mais correto? Ora, se nossa língua litúrgica é o siríaco (que é um dialeto derivado do aramaico) o mais correto é, obviamente, o pronome “Mor”, por exemplo: Mor Faustino, Mor Leolino ou Mor Tito. Contudo, não é necessariamente errado chamar de “dom”, afinal, somos brasileiros e nossa língua é o português, que é um idioma derivado do latim. Assim, não cometemos um “erro” ao chamar nossos bispos de “dom”, haja visto que ambos possuem o mesmo significado. 

Vale lembrar, entretanto, que na Bula Patriarcal n° 300, o próprio patriarca afirma que: “Neste encontro tratamos a expansão da Igreja Missionária no Brasil, desde o ano de sua fundação 1983 até o presente momento, seu zelo pelas tradições da nossa Igreja Sirian Ortodoxa, sua fidelidade canônica a nossa Cátedra Petrina e seu amor a nossa língua oficial da igreja o Aramaico.” Ou seja, é o próprio patriarca que incentiva que nós, brasileiros, conservemos as características litúrgicas e culturais de nossa Igreja, dentre as quais a língua litúrgica, como sinal de nossa identidade como Igreja e fidelidade às nossas tradições. 

Da mesma forma que seria no mínimo estranho um bispo latino, de qualquer país que ele fosse (ou mesmo que fosse de origem árabe), querer ser chamado de “Mor Fulano”, por que deveríamos usar um termo latino para nos dirigirmos aos nossos bispos, só pelo fato de sermos brasileiros?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Nosso Santo Patriarca em recuperação

Fotos de Sua Santidade Mor Inácio Zaqueu I, patriarca de Antioquia e Todo Oriente durante sua recuperação em um hospital na Alemanha. Rezemos pela saúde de nosso santo padre.



segunda-feira, 30 de julho de 2012

Assembléia Geral Ortodoxa Nacional 2012

O clero de nossa Igreja reuniu-se na última semana em Brasília para definir as diretrizes da evangelização no Brasil para os próximos anos. Além do clero dos diversos estados, nossa assembléia foi coroada com a presença de nossos três bispos: Sua eminência Mor Tito Paulo Hanna, núncio apostólico para o Brasil, sua eminência Mor Basílio Leolino Gomes, Metropolita de Brasília e sua graça Mor Efrém Faustino Filho, bispo de goiás. Para conferir as fotos do evento, basta clicar no link abaixo:

terça-feira, 24 de julho de 2012

Mar Gregório Bar’Ebroyo, a luz do oriente

Ele não é canonizado, portanto não é considerado um santo, mas sua obra o fez ser considerado um dos mais proeminentes doutores da Igreja Ortodoxa Siríaca, a ponto de ter o dia 30 de julho em honra a seu nome. 


Nascido em Melitene, em 1226, Bar’Ebroyo (Bar Hebraeus) ou Mar Gregório Bar’Ebroyo, sagrado bispo em 1246, é uma verdadeira celebridade intelectual de nossa Igreja. Sua obra estende-se aos mais diversos assuntos, como teologia, história, medicina, matemática, gramática, filosofia, direito, ética e monaquismo, todas em siríaco ou em árabe. 


Foi sagrado em 1266 Maphryono do Oriente, título que hoje corresponde ao de Cathólicos do Oriente, ou seja, o primaz da Igreja Ortodoxa Siríaca da índia. Viveu, enquanto Maphryono, no mosteiro de Mar Mattay, perto de Mosul, no Iraque. 

Fonte: Tarzi, J., Fr., Madhyono, vol. 1, no. 9-11.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Orações por São Gabriel

O mais antigo mosteiro em atividade do mundo, pertencente à Igreja Ortodoxa Siríaca, corre o risco de ser fechado. Há 700 anos, mesmo com o massacre de 40 monges e 400 cristãos, os mongóis não conseguiram derrubá-lo, porém agora, por conta do apelo do Superior Tribunal da Turquia, o Mosteiro de São Gabriel fundado em 397 d.C, poderá ser fechado por conta dos conflitos na região.


Atualmente, o mosteiro abriga apenas três monges, onze monjas e trinta e cinco crianças em formação (aprendendo aramaico e as tradições de nossa Igreja), além de ser a residência de sua eminência Mar Timóteo Samuel Aktash. Contudo, recebe por ano cerca de 20.000 peregrinos que vêm conhecer esse tesouro da Igreja Ortodoxa Siríaca e de toda cristandade.

Mar Tmóteo Aktash
  

Os conflitos entre os grupos separatistas e o exército turco, assim como as tribos mulçumanas do local, acabaram por resultar em graves calúnias contra a comunidade ortodoxa siríaca, que é acusada de ser uma intrusa naquela região e de ocupar terras que não lhes pertencem. Chegam ao ponto de dizerem que o mosteiro foi construído sobre uma mesquita, o que não faz sentido algum, já que Maomé só nasceu 170 anos após sua fundação.


O mosteiro de São Gabriel precisa agora recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para manter-se vivo, assim como fez o patriarca ecumênico de Constantinopla, para recuperar a posse do prédio do orfanato ortodoxo de Buyukada em Istambul.


Rezemos pela sobrevivência do Mosteiro de São Gabriel!