quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Phiro, chapéu clerical e o véu monástico usado pelos sacerdotes: Isso não vai contra o que Paulo disse?

por afediácono Pablo Neves
Professor, especialista em Arte Sacra

O apóstolo Paulo adverte em I Coríntios 11, 4 “Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor.” Daí surge um questionamento, pois os diáconos e sacerdotes da Igreja Ortodoxa Siríaca usam várias coberturas de cabeça, entre elas o Phiro (que assemelha-se a um solidéu latino ou quipá judeu), o Taphiphi, que é uma espécie de “chapéu clerical” e, no caso dos monges, usam o esquimó, que é o véu monástico. Isso não seria errado? Estaria a Santa Igreja de Antioquia indo contra algo que um de seus fundadores disse? 

Pra começar, é importante lembrar o óbvio: a cabeça humana não corresponde só à região do cabelo (que é o topo da cabeça e não ela em si). Nariz, queixo, olhos, testa, enfim, tudo que está acima do pescoço compõe a cabeça humana, portanto, de cara podemos concluir que os sacerdotes siríacos não cobrem a cabeça toda, mas somente a região do cabelo ou parte dela. 

Os judeus tinham a prática de cobrir toda a cabeça, incluindo o rosto, orelhas, olhos etc e é disso que o apóstolo Paulo fala e proíbe. As “coberturas de cabeça” usadas pelo clero são sinais de sua autoridade sacerdotal. Desde o antigo testamento encontramos sacerdotes usando tais “chapéus” como forma de dar glória a Deus. Quanto aos monges, o Esquimo (véu monástico) é um sinal de submissão à disciplina de sua comunidade monástico (mosteiro).

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