sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mar, Mor ou Dom?

Essa é uma questão comum dentro de nossa Igreja, ou seja, qual o pronome de tratamento ideal a ser usado quando nos dirigimos a um bispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. Primeiramente, que fique claro: os três pronomes possuem o mesmo significado. A diferença ocorre, na verdade, no idioma de origem do qual a palavra é retirada. 

Enquanto o pronome “Dom” é derivado do latim, que significa “senhor”, o pronome “Mor” deriva do siríaco, tendo o mesmo significado em português. Mas e o “Mar”? O pronome de tratamento “Mor” e “Mar” são correspondentes também, sendo que “Mar” é uma variação na língua árabe, o que acaba por mudar sua pronúncia. 

E qual seria o mais correto? Ora, se nossa língua litúrgica é o siríaco (que é um dialeto derivado do aramaico) o mais correto é, obviamente, o pronome “Mor”, por exemplo: Mor Faustino, Mor Leolino ou Mor Tito. Contudo, não é necessariamente errado chamar de “dom”, afinal, somos brasileiros e nossa língua é o português, que é um idioma derivado do latim. Assim, não cometemos um “erro” ao chamar nossos bispos de “dom”, haja visto que ambos possuem o mesmo significado. 

Vale lembrar, entretanto, que na Bula Patriarcal n° 300, o próprio patriarca afirma que: “Neste encontro tratamos a expansão da Igreja Missionária no Brasil, desde o ano de sua fundação 1983 até o presente momento, seu zelo pelas tradições da nossa Igreja Sirian Ortodoxa, sua fidelidade canônica a nossa Cátedra Petrina e seu amor a nossa língua oficial da igreja o Aramaico.” Ou seja, é o próprio patriarca que incentiva que nós, brasileiros, conservemos as características litúrgicas e culturais de nossa Igreja, dentre as quais a língua litúrgica, como sinal de nossa identidade como Igreja e fidelidade às nossas tradições. 

Da mesma forma que seria no mínimo estranho um bispo latino, de qualquer país que ele fosse (ou mesmo que fosse de origem árabe), querer ser chamado de “Mor Fulano”, por que deveríamos usar um termo latino para nos dirigirmos aos nossos bispos, só pelo fato de sermos brasileiros?

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