Existe uma diferença no tratamento que se dá ao padre no idioma aramaico e nos idiomas ocidentais. Para os ocidentais, o sacerdote não é tratado por padre, palavra proveniente do latim e que significa “pai”; pois, ele merece o respeito do pai. Nunca nos referimos a ele sem que seja através do significante “padre”.
Em aramaico, temos duas palavras e ambas são usadas frequentemente. Quando falamos diretamente com o padre, nós o tratamos por “abuna” que significa “nosso pai”, visto ele merecer o mesmo respeito que dedicamos a nosso pai. Quando falamos do padre, na terceira pessoa, tratamos por “cohno” (a letra “h” é aspirada com força para que se destaque na pronúncia).
“Cohno” tem sua origem no radical “cáhen; cahíno” que significa “o que produz”; assim, falamos “xenáio cahínoto” ou seja “anos de abundância” ou “anos em que as árvores dão muitos frutos”. Com isso, queremos dizer que o sacerdote tem o dom de produzir fiéis para Cristo, para a Igreja; e é isso que a Igreja espera de nossos padres:- que, através de seus ensinamentos, através de suas atitudes, tragam cada vez mais fiéis à Igreja de Cristo.
Assim como um pai precisa fazer com que seus filhos trilhem o caminho do que é justo, também o sacerdote tem a obrigação de trazer os seres humanos para o caminho de Cristo que é o caminho do bem, da benvolência e do amor e nós, os fiéis da Igreja, temos por dever, ouvir e aprender com “abuna” seus ensinamentos que são os ensinamentos de Cristo.
Fonte do texto: Suryoye nº 37 - junho/2009
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